Segundo relatório divulgado no último mês pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), foi mostrado que a inflação acumulada em 12 meses no Brasil é a terceira maior do G20 (grupo dos países mais ricos).
Segundo Agência Brasil, o mercado financeiro prevê inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em torno de 9% neste ano. Essa estimativa consta no Boletim Focus, divulgado neste mês pelo Banco Central (BC).
Resultado da pandemia de Covid-19, o mundo está vivendo uma crise inflacionária que desafia lideranças organizacionais no mundo todo e isso leva a reflexões sobre o desafio de liderar em meio à inflação.
A Plano Consultoria também se coloca nesse debate, afinal, atende grandes organizações públicas e privadas que enfrentam diferentes realidades internas, mas fazem parte do contexto da realidade nacional, reflexo global.
Papel do CEO no desafio de liderar em meio à inflação
Artigo publicado pela McKinsey, escrito pelos autores, Asutosh Padhi, Sven Smit, Ezra Greenberg e Roman Belotserkovskiy, utilizando como base reflexões sobre os comportamentos e mentalidades de excelentes CEOs, pretendia entregar um “manual para CEOs em meio a um contexto de inflação”.
Quais os principais pontos de discussão no artigo?
Quem é a figura do CEO na atualidade?
O CEO tem o papel de integrar uma organização, cabe a ele, as seguintes ações:
- Direcionar claramente;
- Alinhar a organização;
- Gerenciar as partes interessadas;
- Ser o principal motivador.
Cabe a essa figura de liderança, agir com ousadia, ouvir o time antes de tomar decisões e trazer questionamentos direcionadores.
Milhares de organizações precisam se reinventar em meio à pandemia e mais uma vez são chamados a isso na alta inflacionária que atinge o mundo.
Quais os caminhos a serem trilhados pelos CEOs ao redor do mundo segundo o artigo da Mckinsey?
Diante de tantos desafios, quais os principais insights para a liderança nesse cenário?
Reestruturação das ofertas de produtos/serviços
Unir os conhecimentos para identificar e conseguir implementar rapidamente soluções alternativas para os desafios de produtos e especificações, será essencial para que organizações consigam mitigar a escassez e reduzir os impactos da inflação.
Repense as cadeias de suprimentos
E aqui se pensa em uma esfera que engloba cadeias de suprimentos digitais, integradas, transparentes e ágeis.
A identificação e gerenciamento de riscos potenciais da cadeia de suprimento é um dos fatores, segundo o estudo, essenciais.
Dependendo do segmento e necessidades da organização, o CEO precisará considerar os principais riscos, incluindo o aspecto financeiro, de regulamentação, reputação e segurança de dados.
O foco é a gestão do risco operacional em que se devem ser verificadas as vulnerabilidades devido à concentração de fornecedores em uma mesma área, a visibilidade das operações e processos, mão de obra, fabricação e entrega.
Neste cenário, o CEO deverá responder a alguns questionamentos, como:
Você tem uma visão transparente sobre todas as partes da cadeia de valor que estão expostas a interrupções internas e externas?
Os controles estão em vigor e as opções estão disponíveis para minimizar o impacto dos riscos?
Não vale apenas cortar custos, é preciso priorizar o valor
Cabe aos CEOs a capacitação de líderes que estejam à frente da negociação de compras e que estejam em uma posição única para a compreensão, com profundidade, em torno de insights do mercado de suprimentos.
Essas lideranças centrais poderão desempenhar um papel de coordenação mais assertivo nas funções de operações, comerciais e outras, o que auxilia a organização a se tornar mais eficiente e resiliente.
Se atente aos talentos em sua organização
Para relacionamentos mais sólidos com os talentos em um time, organizações precisam rever as suas abordagens, lidando com princípios fundamentais.
A relação dos funcionários com o trabalho tem mudado de alguns anos para cá e além do salário e benefícios, as pessoas têm buscado por oportunidades de trabalho em que se sintam pertencentes e em que possam ter flexibilidade com os seus horários e demandas.
Diante disso, deve-se repensar o modelo de trabalho híbrido e de que maneira a organização e time podem ser beneficiados.
Precificação que fortaleça o relacionamento com o cliente
Redefinir preços no cenário de alta inflação pode ser, segundo o artigo da McKinsey, como uma oportunidade para relacionamentos mais profundos com os clientes.
CEOs podem estabelecer conversas a fim de compartilhar desafios comuns e auxiliar a gestão a atingir metas anti-inflacionárias.
Um dos questionamentos-chave pode ser: De que maneira podem ser ajustados os descontos e promoções sem mexer unicamente na estrutura dos preços?
O ajuste de preços está ligado a análises que também englobam de que maneira o valor da marca pode ser comunicado aos clientes de maneira eficaz?
Como a comunicação por parte da empresa, pode sutilmente colocar o cliente como o centro da tomada de decisões e responsável principal pelas reflexões em torno da geração de valor e atribuição de benefícios?
Os desafios são inúmeros e esses seriam apenas os pontos de partida para mais reflexões e debates por parte desses líderes, que também carregam a responsabilidade de manter as mentes unidas em prol de um propósito em comum.
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