*texto escrito com a colaboração e revisão de Walter Marinho, coordenador do Comitê de Inovação, Tecnologia e Governança da Rede Governança Brasil (RGB).
O Big Data é um dos principais conceitos explorados na Tecnologia da Informação para construir boas estratégias no mercado corporativo, mas o grande desafio ainda está em explorar o melhor das informações coletadas para transformá-las em insights acionáveis.
Coletar dados não quer dizer muita coisa quando as organizações não sabem como interpretá-los ou como transformá-los em ações estratégicas.
Dentre as principais vantagens do uso de dados, estão:
- Obter insights do cliente;
- Melhorar a experiência e o engajamento do cliente;
- Aumento da eficiência;
- Melhorar a tomada de decisões estratégicas;
- Estímulo à inovação;
- Transformação digital eficaz;
- Ganhos com a segurança, minimizando riscos de fraude;
Entre outras.
Questões em torno do uso intensivo de dados ao redor do mundo
Porém, sabe-se que apesar dos benefícios, existem uma série de complexidades envolvidas no uso de dados no Brasil e no mundo. No podcast, Plano Talks, Walter Marinho, coordenador do Comitê de Inovação, Tecnologia e Governança na RGB (Rede Governança Brasil), levantou importantes questionamentos sobre o uso de dados, já que impactam grandemente nas organizações e na vida de cada pessoa.
Existem particularidades relacionadas aos interesses no uso de dados em cada país. Enquanto na União Europeia, a regulação da Inteligência Artificial está mais voltada às pessoas, aos cidadãos, nos Estados Unidos, a IA está mais voltada ao mercado business. Sendo assim, segundo o especialista, é preciso que o Brasil redobre a atenção, principalmente enquanto fornecedor de serviços globais e em como se comporta diante de regulações distintas ao redor do mundo.
Além disso, o mundo precisa lidar atualmente com o uso intensivo de dados, com um cenário de desconfiança por parte da população e a regulamentação é fundamental para que as pessoas saibam por que seus dados estão sendo compartilhados, como já acontece na União Europeia, gerando transparência e sentimento de maior tranquilidade.
Outro ponto ainda relativamente novo sobre a IA, de pouca discussão, mas com grandes impactos, é a imputação de erro quando alguém ou tecnologia neste caso, responde ao provocar um dano, exemplo de um veículo autônomo que causou um acidente com vítimas fatais, de quem é a responsabilidade?
Há uma proposta do Parlamento Europeu de 2015 que recomenda a atribuição jurídica da Inteligência Artificial, que em nosso Marco Regulatório ainda se mostra “tímido”, não há menção desta atribuição, pois ainda o centro do dano recai na pessoa física ou jurídica.
A repercussão sobre este assunto tende a crescer à medida que o número de casos na justiça aumenta, despertando maior curiosidade por parte da mídia.
Tem se tornado “corriqueiro” falhas da inteligência artificial, causando danos aos usuários, como no seguintes exemplos:
1 – Você pede um táxi ou compra uma passagem aérea, o sistema apresenta falha e, quando reinicia, o valor está maior do que o apresentado anteriormente. De quem seria a responsabilidade?
2 – Sistemas de IA que operam na Bolsa e por uma falha começam a vender ações sem permissão ou por valores abaixo do mercado, causando danos aos investidores.
“Como a inteligência artificial ainda não é um sistema consciente e sim programável, quem você culparia? O programador, a empresa ou a Inteligência Artificial(Máquina)? Essas são apenas algumas pequenas reflexões sobre o tema, aos quais os impactos podem ser consideráveis”, alerta Marinho.
Verdade é que quando se pensa em soluções, também surgem novos desafios e problemas aos quais a gestão da inovação e a governança podem diminuir os riscos deste novo mundo, ou nem tão novo assim!
Por isso os dados não são o novo petróleo, se isso não for somado à capacidade analítica para aproveitar de forma eficiente e estratégica as informações coletadas por meio deles. Então, de que maneira as melhores decisões podem ser tomadas com foco na real necessidade das empresas e das pessoas, levando em conta a legislação de proteção de dados e a regulação de IA?
Transformar dados em insights – Motivação por trás das grandes corporações
Pesquisa realizada pela Gartner mostrou que metade das empresas entrevistadas relatou utilizar dados externos para suas atividades de análise.
Já empresas do segmento financeiro, logístico, tecnologia, saúde, varejo e setor público, estão usando dados externos para obter novos insights com a finalidade de ajudar a aumentar sua eficiência e receita.
Quando se fala em transformar dados em insights é preciso pensar nos dados externos, já que as informações internas geralmente deixam lacunas, o que expõe organizações à necessidade de novas fontes de dados externos e confiáveis.
Ecossistema de dados – soluções de acordo com o objetivo
Atualmente tem ganhado destaque o termo “ecossistema de dados”, que dentre algumas definições, seria representado por uma rede de players que consomem, produzem ou fornecem (direta ou indiretamente), dados e outros recursos relacionados.
Segundo pesquisa da Gartner, os serviços de dados disponibilizados pela consultoria são categorizados pelo nível de percepção que oferecem, como:
Serviços de dados simples – Dados são coletados por corretores de múltiplas fontes, que são disponibilizados de forma conjunta e condicionada. Essas informações são utilizadas como entrada adicional em um processo de decisão originada de um indivíduo, de um sistema de aplicação ou de um dispositivo em um ecossistema de IoT.
Serviços de dados inteligentes – Trata-se de dados aprimorados pela aplicação de regras e cálculos analíticos. Os resultados são apresentados em forma de pontuação ou marcações de objetivos, como ocorre em serviços de provedores de marketing e agências de classificação de crédito.
Serviços de dados adaptáveis – Os clientes encaminham dados referentes a solicitações específicas, sendo assim, os provedores combinam esses dados com os de outras fontes.
Com bons insights você pode tomar as melhores decisões estratégicas no futuro
Recentemente em nosso podcast, Plano Talks, tivemos a participação da Mestre e Doutora, Elaine C. Marcial, também professora à frente do Grupo de Pesquisa e Estudos Prospectivos da Universidade Católica de Brasília (NEP-UCB), que trouxe abordagem de acordo com os cenários prospectivos:
“Cenários são histórias sobre o futuro, ou seja, trata-se de um olhar a longo prazo. Já a prospectiva nos orienta que essa visão precisa ser sistêmica e, para isso, são priorizadas grandes tendências, principais incertezas, quem são os principais atores envolvidos e como tudo se integra de forma sistêmica, porque o mundo é como um tabuleiro de xadrez em que, ao mexer em uma peça, as demais são impactadas.”
A especialista também destaca que as organizações jamais saberão exatamente como o futuro será, porém existem possibilidades de futuro que podem ser construídas com base em informações privilegiadas que ajudarão as companhias a tomar as melhores decisões hoje.
Transformar dados em insights que sejam “acionáveis” é um dos principais temas de debates entre as organizações, porque são capazes de direcionar estratégias assertivas e de resultar em cada vez mais valor às marcas diante de seu público. Sua organização está utilizando os dados de forma assertiva hoje?
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