*texto escrito com a colaboração de Walter Marinho, coordenador do Comitê de Inovação, Tecnologia e Governança da Rede Governança Brasil (RGB) e com a participação da consultora Especialista em Governança de TIC na Plano, Charlimar Rabelo
O Big Data é um dos conceitos de destaque na Tecnologia da Informação, mas o grande desafio ainda está em explorar o melhor das informações coletadas para transformá-las em insights acionáveis.
Dentre as principais vantagens do uso de dados, estão:
- Obter insights do cliente;
- Melhorar a experiência e o engajamento do cliente;
- Aumento da eficiência;
- Melhorar a tomada de decisões estratégicas;
- Estímulo à inovação;
- Transformação digital eficaz;
- Ganhos com a segurança, minimizando riscos de fraude;
Entre outras.
Quando se fala em segurança de dados, muitas organizações ainda estão na busca por soluções e, para isso, optam por contratar empresas especialistas para rever suas políticas de privacidade e se adequar quanto às regulamentações como é o caso da LGPD.
A pesquisa “Privacidade e proteção de dados pessoais”, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), um ano após a LGPD entrar em vigor, mostrou que apenas 23% das organizações tinham uma área voltada para a proteção de dados.
A consultora Especialista em Governança de TIC na Plano, Charlimar Rabelo, alerta para a necessidade, diante do avanço da tecnologia e proliferação de dados digitais, que as organizações adotem medidas efetivas de proteção de dados sensíveis, como informações pessoais, financeiras e de saúde.
“A necessária digitalização de operações nas empresas exige atenção e estratégia. É essencial que as organizações implantem medidas de segurança cibernética simples, porém muito importantes, assim como capacitem seus profissionais sobre robustas práticas de segurança que evitam ameaças cibernéticas e garantem a conformidade com as regulamentações de privacidade de dados”, acrescenta.
Porém, sabe-se que apesar dos benefícios, existe uma série de complexidades envolvidas no uso de dados no Brasil e no mundo.
No podcast, Plano Talks, Walter Marinho, coordenador do Comitê de Inovação, Tecnologia e Governança na RGB (Rede Governança Brasil), levantou importantes questionamentos sobre o uso de dados, já que impactam grandemente nas organizações e na vida das pessoas.
Existem particularidades relacionadas aos interesses no uso de dados em cada país. Enquanto na União Europeia, a regulação da Inteligência Artificial está mais voltada às pessoas, aos cidadãos, nos Estados Unidos, a IA está mais voltada ao mercado business.
Sendo assim, segundo o especialista, é preciso que o Brasil redobre a atenção, principalmente enquanto fornecedor de serviços globais e em como se comporta diante de regulações distintas ao redor do mundo.
Como lidar com o uso intensivo de dados, frente a um cenário de desconfiança por parte da população? Na União Europeia, os usuários estão conscientes do por que seus dados estão sendo compartilhados (transparência).
Outro ponto ainda relativamente novo sobre a IA é como a tecnologia responde a um dano, como em um caso, por exemplo, de um veículo autônomo que provoca um acidente com vítimas fatais. De quem é a responsabilidade?
Há uma proposta do Parlamento Europeu de 2015 que recomenda a atribuição jurídica da Inteligência Artificial, que em nosso Marco Regulatório ainda não está totalmente consolidada, pois o centro do dano ainda recai sobre a pessoa física ou jurídica.
A repercussão sobre este assunto tende a crescer à medida que o número de casos na justiça aumenta, despertando maior curiosidade por parte da mídia.
Tem se tornado “corriqueiro” falhas da inteligência artificial, causando danos aos usuários, como nos seguintes exemplos:
1 – Você pede um táxi ou compra uma passagem aérea, o sistema apresenta falha e, quando reinicia, o valor está maior do que o apresentado anteriormente. De quem seria a responsabilidade?
2 – Sistemas de IA que operam na Bolsa e por uma falha começam a vender ações sem permissão ou por valores abaixo do mercado, causando danos aos investidores.
“Como a inteligência artificial ainda não é um sistema consciente e sim programável, quem você culparia? O programador, a empresa ou a Inteligência Artificial (Máquina)? Essas são apenas algumas pequenas reflexões sobre o tema, aos quais os impactos podem ser consideráveis”, alerta Marinho.
Verdade é que quando se pensa em soluções, também surgem novos desafios e a gestão da inovação e a governança podem diminuir os riscos deste novo mundo, ou nem tão novo assim!
“É essencial investir em novas tecnologias e garantir a competitividade no mercado, no entanto, as implementações devem ser realizadas de maneira responsável e ética, levando em consideração as preocupações com a privacidade e respeito aos usuários”, reforça Charlimar.
De que maneira as melhores decisões podem ser tomadas com foco na real necessidade das empresas e das pessoas, levando em conta a legislação de proteção de dados e a regulação de IA?
Transformar dados em insights – Motivação por trás das grandes corporações
Pesquisa realizada pelo Gartnet mostrou que metade das empresas entrevistadas relatou utilizar dados externos para suas atividades de análise.
Já empresas do segmento financeiro, logístico, tecnologia, saúde, varejo e setor público, estão usando dados externos para obter novos insights com a finalidade de ajudar a aumentar sua eficiência e receita.
Quando se fala em transformar dados em insights é preciso pensar nos dados externos, já que as informações internas geralmente deixam lacunas, o que expõe organizações à necessidade de novas fontes de dados externos e confiáveis.
Ecossistema de dados – soluções de acordo com o objetivo
Atualmente tem ganhado destaque o termo “ecossistema de dados”, que dentre algumas definições, seria representado por uma rede de players que consomem, produzem ou fornecem (direta ou indiretamente), dados e outros recursos relacionados.
Já em outra pesquisa da Gartner foi mostrado os serviços de dados disponibilizados pela consultoria são categorizados pelo nível de percepção que oferecem, como:
Serviços de dados simples – Dados são coletados por corretores de múltiplas fontes, que são disponibilizados de forma conjunta e condicionada. Essas informações são utilizadas como entrada adicional em um processo de decisão originada de um indivíduo, de um sistema de aplicação ou de um dispositivo em um ecossistema de IoT.
Serviços de dados inteligentes – Trata-se de dados aprimorados pela aplicação de regras e cálculos analíticos. Os resultados são apresentados em forma de pontuação ou marcações de objetivos, como ocorre em serviços de provedores de marketing e agências de classificação de crédito.
Serviços de dados adaptáveis – Os clientes encaminham dados referentes a solicitações específicas, sendo assim, os provedores combinam esses dados com os de outras fontes.
A Plano reúne em sua bagagem mais de 20 anos no mercado e inúmeros cases de organizações que precisaram rever suas políticas de privacidade para se preparar diante da transformação digital.
Sua organização está utilizando os dados de forma assertiva?
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