Quando se fala no conceito de sustentabilidade ESG (Environmental, Social and Governance) e sua pauta, muito se pode confundir com as próprias obrigações do Estado, principalmente no Brasil, devido aos princípios fundamentais da República, listados no título inicial da Constituição Federal de 1988.
Do ponto de vista global, os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) que reúnem 17 metas que foram acordadas em 2015 pelos países que formam a Cúpula do Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas), ofereceram ao mundo uma agenda a fim de promover um alinhamento de esforços para o cumprimento dessas metas. A ideia é construir um país considerado justo, sustentável e próspero.
A repercussão em torno do ESG e de sua aplicação no setor privado também tem induzido a reflexões e orientações de como pode ser vivenciado de forma mais íntegra também no setor público.
A Plano atua diretamente junto ao setor público e lida com o direcionamento de grandes organizações da área governamental, sendo os princípios ESG alguns dos principais desafios a serem incorporados na cultura e no dia a dia dessas engrenagens públicas.
ESG no governo e na gestão pública – uma pauta necessária
Todos os dias o setor público em sua própria natureza lida com temas relacionados ao ESG por meio de suas ações. O que se tem esperado dos governos é a criação de condições e regulações necessárias para incentivar investimentos e a adoção de boas práticas pelas empresas.
Em breve, por um caminho natural, governos serão cobrados a adotar os princípios ESG na forma de gerir o Estado.
A agenda 2030 estabelecida pela ONU em 2015, trouxe os 17 ODS que se desdobram em uma centena de metas e como exemplo de ação a ser desenvolvida, está a União Europeia, ditando o ritmo global quanto à descarbonização. Estima-se que em curto prazo se veja grande parte dos países aderindo a um dos grandes programas da COP-26, o Race to Zero.
O ESG no governo e na gestão pública é uma necessidade que já existe há centenas de anos, mas não da maneira aprimorada como tem sido discutida nos últimos tempos, impulsionada pela crise da pandemia mundial.
A sobrevivência e o desenvolvimento de uma nação dependem do impulso dado pelas soberanias, pelo Estado e pela implementação de suas políticas públicas.
A forma como o desenvolvimento é conduzido é peça fundamental para abrir as portas do enriquecimento (além do fator monetário), mas social, cultural e ambiental. Devido às ameaças ao desenvolvimento social, tiveram início as discussões sobre como promover melhores condições de vida à população.
A qualidade de vida tem sido um assunto recorrentemente trazido às discussões não apenas em pautas do governo, mas também por organizações privadas. O conceito ESG e as metas ODS já eram de alguma forma pauta no setor governamental, mas agora com o fortalecimento durante a pandemia, a tendência é a de que essas metas e objetivos sejam considerados a fim de melhorar a gestão pública.
O que se pode esperar quanto às práticas ESG no governo, quando se pensa no Brasil e nas grandes cidades?
Segundo a Agência Paulista de Promoção de Investimentos e de Competitividade (Invest SP), a missão atual é a integração do setor privado, líderes e especialistas na agenda ESG para uma missão coletiva na negociação global.
Em 2021 já era discutido no Estado de São Paulo como poderia ser criado um plano de implementação e monitoramento ESG para o município, como um grande indutor dessa agenda. A ideia é multiplicar o impacto da agenda ESG no Brasil e, por meio disso, atrair investimentos que tornem a cidade mais competitiva em escala global.
Pela primeira vez em 2020, investimentos em energias renováveis (eólica, solar, biomassa e outras) superaram o volume de investimentos em energias fósseis, como óleo e gás (US$ 87,2 bilhões antes US$ 45,2 bilhões, segundo o fDi Report 2021) no mundo.
Muitos outros municípios brasileiros têm sido referência em ESG, como é o caso de Maricá – Rio de Janeiro, que tem investido na criação de ônibus híbrido a fim de reduzir as taxas de emissão de carbono, em economia circular, em projetos de desenvolvimento social, sem contar a moeda social Mumbuca que, além de ser um projeto que acolhe os moradores da cidade, também estimula o comércio local.
A Plano apoia empresas públicas e privadas e o setor governamental para um trabalho cada vez mais promissor que se torne referência para outros municípios e países.
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