*Jarbas Lima é Consultor em Gestão na Plano Consultoria
A pandemia deixará inúmeras marcas, inclusive, na maneira de trabalhar das organizações. Reportagem do The Wall Street Journal estampava a manchete “O trabalho remoto requer uma mudança cultural” e, claro, não apenas cultural, mas em todos os âmbitos. Como a transformação organizacional na crise pode ser realizada?
Desafios na Consultoria de maneira remota
O Consultor em Gestão da Plano Consultoria, Jarbas Lima, aponta os principais desafios em contexto pandêmico. Em nível de infraestrutura, o desafio foi transformar o próprio lar em coworking para acolher e no que se refere à prestação de serviços:
“O grande desafio foi e continua sendo a adaptação de dinâmicas já desenvolvidas e testadas em ambiente presencial, para adequá-las ao ambiente virtual. Em um primeiro momento parece que é só adaptar a empresa ao uso de ferramentas como Miro, “menti.com”, zoom, etc. No entanto, do outro lado estão clientes em toda a sua diversidade, tanto os mais habituados à tecnologia, quanto os avessos aos recursos digitais, que têm grande dificuldade”, acrescenta o especialista.
Jarbas acredita que transpor esses desafios requer aprendizado constante, atenção, foco e reinvenção incansável. “A criatividade é levada ao limite, pois é necessária no nível de sobrevivência em meio ao cenário”.
O consultor defende que é imprescindível estar atento aos clientes, seus limites, sua cultura, suas necessidades, para chegar o mais perto possível de uma compreensão de cada caso e responder criativamente com métodos, dinâmicas e ferramentas adaptadas a eles.
Trabalho de implementação de Planejamento Estratégico de maneira totalmente remota
Em parceria com outros profissionais do time da Plano (como o sócio-diretor da Plano, Paulo Torquato; com o diretor de operações de Brasília, Victor Rascop; especialista em transformação organizacional, Wesley Victal; com o consultor em gestão, Felipe Diaz e a jornalista, Valéria Monteiro), Jarbas relata sobre a experiência conduzindo o planejamento estratégico em uma empresa do setor de aprendizagem rural, de maneira totalmente remota.
“Primeiramente realizamos diversas reuniões internas com o Zoom e Miro, com o diretor de operações de Brasília, Victor Rascop, com o gerente de relacionamento, Tarcísio Santos e com o DPO (em português, profissional responsável pela Proteção de Dados), Eduardo Lourenço. O intuito era adaptar para um ambiente digital, o nosso método de conduzir um Planejamento Estratégico Institucional”, explica.
O especialista relata que tanto as oficinas, como a troca de informações com o cliente e relação administrativa do contrato, foram feitas por canais remotos: ligações telefônicas, WhatsApp, Zoom, Google Forms, Google Drive, Google Docs e Miro.
“Por meio do Google Forms fizemos pesquisa estratégica envolvendo a Administração Regional do Senar e algumas Administrações Regionais. Utilizamos o Zoom para entrevistas com o Diretor Geral, demais diretores e coordenadores. Todas as oficinas de trabalho foram feitas pelo Zoom, utilizando ainda interações pelo Miro e Google docs”, explica.
Jarbas conta que com este trabalho conseguiram chegar a um novo Plano Estratégico, que já emerge com novos direcionadores (Missão, Visão e Valores), desafios estratégicos identificados e respondidos por novos “objetivos estratégicos”, indicadores e metas definidos.
“Estamos neste momento na etapa de definição, classificação e priorização das iniciativas estratégicas, que conduzirão o negócio nos próximos quatro anos na busca de sua nova Visão Institucional. Participei ativamente de todas as etapas, com menos participação na etapa de desafios e objetivos estratégicos, pois estava me recuperando da Covid-19 e Pneumonia (frutos do momento pandêmico). Minha participação foi principalmente na construção dos indicadores estratégicos e suas metas”, explica.
Principais desafios para a transformação organizacional na crise
Para Jarbas, dentre os principais desafios para as organizações, está aceitar a profunda transformação na maneira de pensar, como for possível. “Organizações que não têm cultura de inovação e de valorização à criatividade, dificilmente sobreviverão se não mudarem totalmente a forma de pensar e de se reinventar”, acrescenta.
O especialista acredita que o grande desafio da transformação organizacional na crise está em como mudar a antiga forma de gestão baseada em setores, funções, chefias e hierarquias de comando, para uma nova realidade em que todos são estimulados a criar e a cocriar.
“Os processos estáticos são substituídos pelas interações da equipe que promovem uma melhoria contínua de forma orgânica, viva. E assim, substituir as longas e cansativas reuniões, as inúmeras prestações de contas de uma cadeia de comando e controle e as operações meramente funcionais, por trabalhos ágeis, com objetivos tangíveis e mensuráveis, conectados à estratégia organizacional e suas restrições”, esclarece.
Como as organizações podem usar mais o digital a favor de sua evolução?
O consultor reflete que o estado de pandemia conduz as organizações a repensar o modelo de trabalho.
“O que antes era apenas um recurso agora é uma necessidade, pois ainda que insistam na cultura voltada ao presencial, terão que interagir com clientes e fornecedores de forma remota. Como consultores, estamos com a lanterna na mão para direcionar organizações aos benefícios que estavam no escuro, esquecidos ou menosprezados”, salienta.
O especialista acredita que o foco nos benefícios da utilização dos meios digitais é a grande sacada para conduzir organizações a usarem esse poder cada vez mais.
Dentre os benefícios, estão:
- Transpor barreiras territoriais;
- Aproximar pessoas em meio à distância;
- Reduzir gastos de estrutura em meio a momentos de menos ganhos;
- Ganhar mais em outros mercados (o mundo é o limite);
- Atrair recursos humanos de outras regiões (o mundo é o limite);
- Aumentar a produção e a lucratividade.
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