Você sabe o que está por trás de um projeto social? Seria possível transformar um projeto social em um negócio?
Recentemente, no podcast Plano Talks, recebemos a convidada, Deiza Leite, idealizadora do projeto social Rede Gol-Transforma Vidas, que também é servidora pública federal na Coordenadoria da Infância e Juventude no Governo do Distrito Federal (GDF), para falar sobre a história do projeto e o que envolve a gestão por trás dele.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), existem cerca de 237 mil ONGs no Brasil e 7,2 milhões de pessoas que fazem trabalho voluntário, o que ainda é um número bem pequeno, já que representa apenas 4,3% da população.
Grande parte das ONGs brasileiras está ligada às igrejas, em seguida estão aquelas voltadas à cultura e recreação, desenvolvimento e defesa de direitos, associações patronais e assistência social.
A Rede Gol – Transforma Vidas é um projeto que existe desde 2012, trata-se de um trabalho preventivo de proteção à criança e adolescente, tendo como instrumento principal, o esporte, como porta de entrada.
Ao final de 2013, o projeto contava com 87 crianças e adolescentes e hoje atende 2.517 jovens.
Deiza conta que até mesmo sua trajetória profissional já a colocava em contato com a ajuda ao próximo:
“Dentro do serviço público sempre estive presente em espaços humanizados, de atendimento e cuidado ao outro. Até no Direito, sempre estive envolvida com pautas sociais, na área de Igualdade de Gênero e de Proteção às Mulheres.”
Mas a gestão de projetos sociais no Brasil envolve algumas complexidades e é sobre elas que também fala a idealizadora da Rede Gol – Transforma Vidas.
Tem como viver de projetos sociais no Brasil?
Um dos grandes desafios na gestão de projetos sociais no Brasil está na captação de recursos para o Terceiro Setor, que envolve uma série de práticas como: criar plano de captação, participar de editais, financiamento coletivo, realização de campanhas de doação, eventos beneficentes, entre tantos outros.
Deiza atua na Rede Gol de forma totalmente voluntária, assim como todos que trabalham no projeto. Atualmente existem seis comunidades e o engajamento é realizado por meio de parcerias.
“Os patrocinadores da Rede Gol hoje são empresas privadas que não estão visando lucro, estão ajudando porque acreditam no propósito social por trás disso”, conta.
O que tem mantido a Rede Gol por todos esses anos é uma “via de mão dupla” em que pessoas ajudam o projeto financeiramente, por meio de suas habilidades profissionais e demais recursos.
“Existem muitas formas de ajudar que não são financeiras, de repente um profissional da área de marketing, um contador, entre tantas especialidades, se dispõem a ajudar. É essa troca que faz com que uma rede como essa possa se manter”, explica.
Deiza acredita que é possível viver do social, mas é preciso que se compreenda que não se trata de um caminho fácil.
“É importante se especializar, entender a dinâmica de um projeto social, ter também uma bagagem de conhecimento. Ao longo da minha jornada, por exemplo, eu também fui me especializando, renovando aprendizados para conseguir lidar com tantas frentes que envolvem o projeto. É preciso articular, ter uma boa comunicação, encontrar maneiras de obter a ajuda.”
A Rede Gol tem como objetivo hoje profissionalizar a sua atuação, mas sem que isso afete a qualidade do trabalho que é realizado.
Sua organização deseja se engajar em projetos sociais?
A Plano como organização entende que sua atuação vai muito além de seus números anuais ou de sua reputação junto às grandes empresas públicas e privadas que atende, somos um agente de transformação social e, por isso, apoiar grandes causas, como é o caso da Rede Gol – Transforma Vidas é tão importante em nossa cultura.
Esse olhar humanizado é algo que tem sido incorporado às grandes empresas ao longo do tempo, inclusive, o comportamento dos consumidores tem sido cada vez mais influenciado por sua análise de como as marcas estão se posicionando frente às questões sociais.
Pesquisa realizada pela Markestein no segundo semestre de 2019, mostrava que 70% dos consumidores consultados demonstram interesse em saber mais sobre marcas que desenvolvem ações sociais e que têm responsabilidade social e ambiental.
Um bom exemplo é o da Unilever Food Solutions, que por meio da Marca Hellmann’s iniciou uma parceria com o Comida Invisível, startup social certificada pela FAO/ONU, que desdobra ações com a finalidade de conectar o mercado de food service e ONGs que necessitam de alimentos, reeducando chefs e donos de restaurantes para a criação de uma “cozinha eficiente”, contra o desperdício e que incentive a doação de alimentos que sobram no processo de produção.
Não importa a maneira como pode direcionar recursos, mas tenha em seu propósito o compromisso com a sociedade.
E para você, que deseja se envolver em projetos sociais
Saiba que o processo depende do semear, de dar pequenos passos e entender que a colheita muitas vezes acontece em médio/longo prazo.
Deiza aconselha:
“Não adianta ter um discurso bonito, é preciso ter cuidado verdadeiro. Entender que nem sempre as pessoas ajudadas serão gratas e isso também faz parte do processo e, muitas vezes, as pessoas não têm mesmo a dimensão do que chega até elas. Sempre vou acreditar nas pessoas”, conclui.
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