*Artigo por Tarcísio Santos, Gerente de Relacionamentos na Plano Consultoria, e colaboração de Ana Paula Brito, coordenadora da UAFIS
Em minha experiência nessa análise, acredito que o primeiro dentre os principais desafios da gestão pública em comparação à privada é ter processos que proponham uma reflexão sobre a “Jornada do Cidadão”, que é o cliente mais relevante na prestação do serviço público e em consequência, a gestão dos serviços públicos pelos gestores públicos.
Em segundo lugar, o desafio está em engajar o cliente/cidadão a seguir contribuindo com a evolução dos produtos e serviços com os seus constantes feedbacks que permitam ajustes legais e processuais para um melhor atendimento.
Em terceiro, e tão importante quanto os demais desafios, está a automação de processos para permitir a alocação do servidor público, assim como ocorre em grandes empresas do setor privado, em atividades de gestão e governança.
Principais perfis comportamentais comuns no contexto da gestão pública, diferentes da gestão privada
Acredito que a principal característica entre colaboradores e líderes é a do ‘servir o público’, ter uma visão de bem comum, colaboração, compreensão dos problemas do cidadão. É a vivência ou compreensão dos problemas do cidadão quando buscam pelos serviços públicos.
Sim, essa é a característica ideal, embora saibamos que na prática se torna um desafio no setor público. O que se vê é um comportamento baseado no egocentrismo, ou seja, sem base na visão social.
Pode-se compreender essa falha no comportamento dos líderes e servidores também como um dos principais desafios da gestão pública e acredito que também seja em algum grau um problema também na gestão privada.
O que mais costuma ser evidenciado na gestão pública é o modelo tradicional burocrático, criado por Max Weber, o qual enfatiza o controle, a administração das atividades, processos, normas e procedimentos. O objetivo estava em limitar o clientelismo e patrimonialismo, auxiliando na maximização da eficiência organizacional. Este modelo na verdade foi uma reação ao modelo patrimonialista, contrária ao nepotismo, subjetivismo e corrupção.
É recomendado para os órgãos públicos o investimento em consultorias?
Totalmente. A consultoria especializada e com experiência no setor atua no fomento de uma cultura de gestão focada no cidadão em áreas-chave do município, o que é um dos maiores ganhos quando uma prefeitura contrata estes serviços.
Como já mencionei, dando um exemplo dos principais desafios da gestão pública, é de suma importância que as administrações se remodelem. Esse tipo de gestão em vários âmbitos se mostra ultrapassado, essa revitalização nos processos é fundamental.
É claro que há questões dentro da gestão pública que são características e que não podem ser totalmente transformadas até por conta da existência desse setor em uma estruturação nacional, mas é necessário mudar, contar com profissionais atualizados, engajados, investir em treinamentos, em novas estruturas de gestão, em tecnologia de ponta, etc.
Como Gerente de Relacionamentos, geralmente me foco muito mais nas questões em torno de pessoas, o que é natural, mas acredito que é a partir dessa consciência humanística que se pode começar uma mudança, uma transformação nos processos dentro da gestão pública. Nem sempre, aliás, quase nunca isso se faz sozinho, por isso, quando há a possibilidade de contar com habilidades humanas imprescindíveis é tão importante se valer dessa oportunidade.
Vejo futuro promissor, apesar de todos os desafios da gestão pública, mas isso só vai começar a ganhar força quando a visão estiver na contribuição social, acima de questões pessoais ou irrelevantes.
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