Como as lideranças corporativas ao redor do mundo estão lidando com os riscos, ao mesmo tempo em que encontram oportunidades na disrupção digital, na economia e nas incertezas geopolíticas?
Uma recente Pesquisa de Excelência de CEOs, realizada pela McKinsey, avaliou as prioridades em evolução de CEOs em grandes organizações e as ações que eles estão tomando em resposta ao cenário atual.
Pesquisa McKinsey –Quais ações são prioridade para os CEOs e organizações em 2023?
- Ações diante da disrupção digital
Um dos CEOs (*a pesquisa não revelou os nomes dos entrevistados) participante da pesquisa McKinsey disse que “Um CEO também deve ser o principal arquiteto da tecnologia”, sendo assim, é proposta a reflexão de que todos os profissionais, além dos setores técnicos, com exemplo da área de TI, precisam estar de olho na tecnologia como fator fundamental na definição estratégica da empresa.
Segundo a análise, a disrupção digital está sendo vivenciada de três maneiras:
– Por meio do desenvolvimento de análises avançadas (segundo 62% dos CEOs) – softwares de inteligência artificial como é o caso do ChatGPT da OpenAI veio para acalorar as discussões sobre análises mais robustas para melhorias na vantagem competitiva. Um bom exemplo é o da fabricante de bebidas Diageo (à frente de marcas consagradas como Baileys, Black Label, Tanqueray, entre outras), que utilizou dados de geolocalização para personalizar e direcionar o conteúdo para os seus consumidores, o que levou a um aumento de 17% no ROI gasto com mídia.
– Aprimoramento da segurança cibernética (segundo 48% dos CEOs) – é um fator que merece grande atenção diante de ameaças em empresas ao redor do mundo. Um exemplo mencionado na pesquisa McKinsey foi da JPMorgan Chase, que tem priorizado o tema, direcionando recursos para a modernização da infraestrutura, ferramentas de desenvolvimento até a incorporação de controles de segurança cibernética nos negócios e treinamentos de profissionais para contínua vigilância.
A consultora Especialista em Governança de TIC na Plano Consultoria, Charlimar Rabelo, compartilha que quando se trata de riscos cibernéticos e questões de compliance, são inúmeros os desafios das empresas e a depender da organização, a intensidade pode ser maior ou menor. De uma forma geral, os principais desafios pontuados por ela são:
Falta de conscientização dos colaboradores – que representam a primeira linha de defesa contra ameaças cibernéticas e falhas de conformidade;
Conformidade regulatória – Existem diversas leis que abrangem o tema, tais como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e não cumprir essas regulamentações pode resultar em multas, ações judiciais e outras penalidades;
Gestão de incidentes – Para esse tema, a pergunta não é “Se acontecer”, mas “Quando acontecer”:
“As empresas devem estar preparadas para gerenciar incidentes de segurança e violações de conformidade quando ocorre. Isso requer um plano de resposta a incidentes e continuidade bem definido e testado, além de uma equipe treinada e pronta para agir rapidamente”, orienta.
Custos elevados – Os custos associados à implementação de controles de segurança e conformidade podem ser significativos. É preciso saber dosar e equilibrar a necessidade de segurança e conformidade com os custos envolvidos.
A especialista explica que o aprimoramento da segurança cibernética deve ser uma tarefa contínua e complexa entre as organizações, envolvendo uma série de medidas de segurança técnicas, processuais e educacionais:
“É importante que as organizações invistam em recursos e profissionais especializados para garantir a proteção de seus dados e sistemas contra as ameaças cibernéticas cada vez mais sofisticadas”, acredita.
– Automatização de processos (segundo 45% dos CEOs) – tem feito com que empresas reduzam tarefas repetitivas, para que os profissionais possam se dedicar ao trabalho mais complexo que requer suas habilidades tanto técnicas, quanto comportamentais (soft skills).
- Ações para lidar com problemas macroeconômicos como inflação alta e retração econômica
Um dos CEOs entrevistados para a pesquisa afirmou: “Aja com antecedência para reduzir custos e proteger o balanço, para que esteja mais forte quando a economia estiver em um momento mais favorável”. Dentre as principais ações descritas neste tópico, estão:
– Redução de despesas operacionais (segundo 76% dos entrevistados) – tem sido uma das principais ações diante de um cenário desfavorável. O setor de tecnologia em 2023 já eliminou mais de cem mil empregos, porém os líderes estão cada vez mais focados em alternativas que não estejam unicamente concentradas na dispensa de profissionais, como renegociação de cadeias de suprimentos, otimização de impostos, aumento da produtividade entre os times de trabalho, entre outras.
– Redesenho de produtos e serviços (de acordo com 61% dos CEOs) – resulta no melhor aproveitamento dos recursos economizados com base na redução de despesas. CEOs têm assumido uma postura menos defensiva no mercado para um comportamento mais proativo, investindo em seus produtos e serviços a fim de gerar mais valor aos seus clientes.
– Reavaliação das premissas estratégicas e econômicas (representando 54% dos entrevistados) – é realizada com base em metodologias ágeis e capacidade de adaptação a diferentes cenários. Agir rápido foi a linha tênue entre organizações que se mantiveram equilibradas no mercado mesmo diante da crise pandêmica e aquelas que não conseguiram se reinventar.
- Ações para lidar com a escalada de riscos geopolíticos
Um dos CEOs participantes da pesquisa McKinsey afirmou:
“A globalização está mudando, mas não está desaparecendo. Estamos diante de uma nova era com novas dinâmicas em torno da China e da Rússia, e a África também terá um papel maior. Precisamos planejar vários cenários e ter um plano para cada contingência.”
E entre as ações direcionadas neste contexto, especialistas mencionaram:
– Desenvolvimento de recursos robustos de conformidade (de acordo com 65% dos CEOs) – revelando que muitas organizações têm se desenvolvido em torno da conformidade comercial, assim como têm dedicado mais esforços na avaliação de diferentes clientes e empresas. Será fundamental mais do que cumprir sanções, compreender os riscos em torno de cada parceria e ações no mercado.
O Consultor em Gestão na Plano, Jarbas Lima, em seu artigo, apresentou importantes tópicos sobre a efetividade da gestão de riscos:
- Confiança das partes interessadas;
- Maximização das oportunidades;
- Mais resultados positivos e menos surpresas negativas;
- Melhor gestão de recursos;
- Maior resiliência da organização.
Segundo o especialista, um dos importantes papéis da gestão de riscos é a antecipação às mudanças e responder com velocidade aos acontecimentos e isso garante a efetividade no processo que reflete para o sucesso entre as organizações.
“Uma gestão com olhar nos riscos corporativos poderá otimizar os esforços em respostas efetivas aos possíveis entraves dos objetivos, antecipar-se às possíveis perdas, diminuir os impactos financeiros e proporcionar os recursos necessários para momentos adversos”, acredita.
Sendo assim, o quanto a gestão de riscos tem sido incorporada aos projetos ligados à conformidade?
– Criação de “resiliência” nas redes de fornecedores (62%) – demonstrando que os melhores CEOs estão concentrados na identificação de possíveis falhas em suas cadeias de suprimentos, para uma melhor resiliência nessa área, ou seja, melhorando os relacionamentos com a rede de fornecedores, garantindo uma otimização contínua e melhora nas entregas de suprimentos.
– Investimento em recursos de monitoramento e resposta (segundo 56% dos CEOs) – o que mostra que as lideranças sabem que ter bons indicadores de alerta precoce assim como a capacidade de agir rapidamente são ações fundamentais para transformar ameaças em oportunidades.
A liderança da sua organização está preparada para lidar com as demandas da atualidade?
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