Embora o Big Data não seja um assunto novo, ainda gera inúmeras discussões e complexidades. Afinal de contas, representa transformação (ou ameaça) digital? Esse é um conceito que existe há anos e nos anos 1950, década anterior à utilização do termo Big Data, empresas já faziam as suas análises básicas (números em uma planilha, examinados manualmente), para que se chegassem a insights e tendências no mercado.
As organizações entendem que ao capturar todos os dados que entram no negócio poderão analisá-los e como resultado, poderão obter um valor significativo, sendo um dos principais benefícios do Big Data para as organizações: velocidade e eficiência.
Anos atrás, um negócio ao reunir dados, faria a análise e com base nas informações geradas, pensaria em como utilizar esses dados em decisões de longo prazo, hoje, é possível utilizar esses dados para tomar decisões imediatas.
Quando exploramos o que é big data, logo surge como base para compreendê-lo os 3 Vs, que representam:
- Volume: relacionado à grande quantidade de dados dentro e fora da empresa;
- Velocidade: porque novos dados são criados na internet a cada segundo, sendo alguns deles, muito interessantes para um negócio;
- Variedade: esses dados podem ser representados de diferentes maneiras, seja por meio do compartilhamento de um texto em uma rede social, um post em um blog, um review em um e-commerce, etc.
O que fazer com a grande quantidade de dados? Como utilizar esses dados no direcionamento de estratégias? Como a LGPG vai influenciar no Big Data?
Como se utilizar beneficamente dos dados coletados?
É comum encontrar a expressão Data is the new oil (Dados são o novo petróleo), e sim, essa é uma realidade entre as maiores empresas do mundo, como é o caso da Apple, Microsoft e IBM, que encaram o Big Data como capital.
Um dos cases mais surpreendentes quando o tema é o quanto os dados podem revolucionar é da Target, loja de departamentos americana com 1.800 pontos de venda, que é capaz de adivinhar, com boa chance de acerto, se uma cliente está grávida, mesmo que não tenha colocado essa informação em nenhum formulário. E como isso seria possível?
Funcionários do departamento de análise de dados da empresa, analisaram o histórico das mulheres que haviam entregado lista de presentes que queriam receber em seu chá de bebê e por meio dessa análise, foram descobertos alguns padrões de consumo, como por volta do terceiro mês de gestação, grávidas passaram a comprar hidratante sem perfume, meses depois, tendiam a comprar suplementos de magnésio, cálcio e zinco. Essa análise de comportamento de consumo, levou o departamento a acertar, com pequena margem de erro, quantas mulheres estavam esperando bebê e até mesmo estimar o dia do parto.
O valor dessas gigantes do mercado é decorrente, principalmente dos dados obtidos, que são constantemente analisados para gerar ainda mais eficiência e ajudar no desenvolvimento de novos produtos/serviços, cada vez mais próximos às necessidades de seu público.
Dentre os principais benefícios do Big Data, estão:
Tomada de decisão com foco em assertividade
O processo de tomada de decisão tende a se tornar mais ágil e eficiente. Empresas têm considerado o Big Data antes de qualquer avanço estratégico.
É possível, com a análise de dados, ter uma série de respostas com base no cliente, como o que ele deseja, quais são as soluções para os seus problemas, suas principais necessidades, etc. Em qualquer processo estratégico e para a definição de mapas, meio pelo qual as empresas são gerenciadas, os dados e sua análise são imprescindíveis.
Inovação
Para qualquer tipo de inovação em uma organização é preciso de dados. O Big Data é utilizado por inúmeras organizações para a criação de novos produtos e serviços. O processamento de dados ajuda na obtenção de importantes informações, como as diferentes opiniões sobre produtos e como são percebidos.
No desenvolvimento de novos produtos ou serviços, esses dados ajudam na identificação do que falta e de quais os elementos mais importantes lembrados para o desenvolvimento de algo novo.
Ajuda na compreensão sobre os clientes
Talvez um dos maiores benefícios do Big Data seja a possibilidade de maior compreensão sobre clientes, o que direciona ações estratégicas com grande probabilidade de sucesso.
Atua na identificação de riscos
As empresas precisam lidar com ambientes caóticos, ainda mais nesse cenário atípico por conta da pandemia de Covid-19. O big data também é um recurso fundamental para o desenvolvimento de novas soluções de gerenciamento de riscos.
Impactos da LGPD no Big Data
Com o adiamento da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) para maio de 2021, as empresas terão mais tempo para se ajustarem à regulamentação. Mas diante dessa realidade, surge uma série de preocupações como de que maneira a LGPD impactará no Big Data e se será positivo ou não.
Mario Bruno Aliste, especialista em análise e desenvolvimento de sistemas e analista da DASA (Distribuidora Automotiva), acredita no grande impacto da LGPD no Big Data, já que lida com a obtenção de dados pessoais, como as técnicas de mineração de dados e geração de profiling (que se refere à construção de uma série de informações sobre uma pessoa por meio do tratamento de dados, que tem como base suas características e comportamentos).
O especialista acredita que a aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, inicialmente impactará negativamente nas atividades de coleta e tratamento de informações com o Big Data, ocasionando na redução de atividades até que as empresas tenham aplicado e estruturado os seus programas de compliance e tratamento de dados, se ajustando às novas regras.
Mas após esse processo de adaptação, acredita-se que haverá um ambiente mais seguro e confiável, de acordo com a proteção dos direitos fundamentais de liberdade e privacidade.
A adaptação das empresas às novas regras deve ser realizada com cuidado e de maneira estratégica, para que os previsíveis impactos ocorram de maneira mais fluida.
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