*James Nogueira – Diretor de Operações da Plano Consultoria em São Paulo
“How Human Is Your Company?” (Quão humana é sua empresa?), artigo de Dov Seidman, presidente e ex – CEO da LRN, uma empresa de gerenciamento de ética e conformidade, acredita que ao avaliar a “humanidade” de uma organização, isso diz tudo sobre a capacidade de desempenho da empresa.
Seidman também afirma que para uma empresa ser humana é preciso que incorpore as melhores capacidades e qualidades humanas.
James Nogueira, Diretor de Operações da Plano Consultoria, acredita que a visão que grande parte das empresas tem está relacionada a um olhar muito mais voltado ao comportamento humano do que às habilidades técnicas dos seres humanos que desenvolverem os seus papéis como time.
“No Brasil, por exemplo, há muitas empresas que pregam o lema “contratem caráter”, mas esse é um requisito mínimo necessário para que alguém faça parte de um time. É necessário, principalmente, que as pessoas tenham competência técnica para ajudar as organizações, porque se uma empresa apenas contrata com base em aspectos comportamentais, sem se preocupar em ter um método de trabalho que funcione, em ter mentes aptas a agregar, tudo estará baseado no “go horse” ou “se vira” e isso sim, é desumano”, explica.
O que aspectos técnicos têm a ver com os fatores humanos nas organizações?
Nogueira salienta que quando se fala em técnica, a empresa não está sendo menos humana ou pensando em estratégias menos humanas, mas sim, está incorporando abordagens dentro dos contextos para que se possa contar com o melhor dentro do que tecnicamente e cognitivamente, cada pessoa pode agregar.
“Tem faltado organização e método, há muitas organizações com um número de pessoas na equipe fazendo o melhor que pode, temos “heróis” nas empresas. Nas organizações anglo-saxônicas, por exemplo, a figura do herói é vista como um inimigo, porque se alguém está tendo que ser heroico, é porque a organização da empresa é ruim. A ideia é ter um anti-herói, ou seja, aquela pessoa que trabalha com cadência e, aqui a Plano nada de braçadas, porque o nosso trabalho é trazer cadência para as organizações”, defende.
O especialista dá como exemplo o atendimento a uma empresa da área de Publicidade e Propaganda, em que as pessoas são muito criativas, ótimas no que fazem, mas não há alguém responsável em organizar essa dinâmica no negócio.
“É preciso ter uma sistemática em que se coloque a empresa para rodar num ritmo que seja sadio para todos, para que haja resultados melhores. É aí onde a Plano entra, porque somos especialistas em Gestão, entendemos que cada pessoa deve ser boa na área dela, mas precisa ter alguém na organização olhando para a parte de gestão, onde muitas pessoas acreditam que boa vontade é o suficiente”, explica.
É fundamental que as empresas valorizem o potencial cognitivo humano e os organizem em diferentes contextos, para que a vivência das pessoas nas organizações se torne mais saudável, no quesito de cada um saber o que estão fazendo, entender que estão sendo guiadas por processos e não de maneira automática, apenas “apagando incêndios”, mas usando métodos, uma linguagem em comum com todos os envolvidos, para que o foco não esteja em aspectos subjetivos, em que todos acham que estão fazendo algo com um objetivo, quando na verdade, é o contrário.
“Se consigo fazer com que uma pessoa trabalhe, sabendo o que ela tem de fazer, o que é esperado dela, qual o resultado que ela precisa entregar, dentro de horas que estão estruturadas, se limito o volume de trabalho que essa pessoa pode entregar no dia, porque acima disso, estará sendo sobrecarregada. Como isso pode ser menos humano do que dizer a alguém: “Se vira!”? Essa é uma visão completamente equivocada nas organizações sobre o que é ser humano. Você implementa um método, você consegue medir como é que as coisas estão acontecendo, consegue ter uma conversa franca sobre o que está dando certo ou não e o que poderia ser realizado de outra maneira. Isso é humano. Não se limita a cobranças, quando a pessoa não tem recursos suficientes, tempo, habilidade, etc. e ninguém na gestão se importa com isso”, esclarece.
Ações precisam ter sentido para as organizações e times de trabalho
Nogueira acredita que o foco é trazer clareza para as organizações, algo que a Plano traz muito fortemente em seu time, como em um trabalho que realizou recentemente junto a uma organização.
“Foi criado um fluxo de organização na empresa em que todas as pessoas se enxergam ali dentro, então, em cada reunião a pessoa sabe o porquê está participando, o que será esperado dessa reunião, o que se terá de insumo dessa reunião e o que precisará ser levado para um próximo momento”, conta.
Cada ação nas empresas precisa ter um objetivo claro, assim como é fundamental que as pessoas também saibam sobre o que estão fazendo enquanto time.
“A maior parte dos problemas que ocorrem nas organizações, de pessoas que não se bicam, por exemplo, é porque não há um processo estabelecido. As pessoas estão discutindo porque não existe uma faixa de tráfego e aí elas estão tentando ocupar o mesmo lugar, ou seja, isso está relacionado a processo. Quando os processos são organizados, a organização é reestruturada, é possível ver quem no time está de fato performando ou não e esse choque entre pessoas é solucionado”, explica.
Nogueira acredita que essa visão romantizada sobre os fatores humanos em uma organização precisa mudar.
“É importante pensar racionalmente sobre o que em uma organização favorece os fatores humanos. Acredito que pensar além de uma superficialidade baseada no que muitas empresas apenas acredita, mas não vivenciam, porque seus processos são falhos ou desatualizados, já é um começo para promover um ambiente mais sadio para todos na organização, conclui.
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